Vai chover.
Ventos se avizinham
e enfiam sorrateiros
suas mãos de gelo
pelas frestas da roupa.
Levaram o sol embora.
Levaram o calor do sol pra outro lugar.
E também o azul da tarde.
Levaram daqui as sombras das árvores,
o rio, uns risos de criança.
O dia soa numa batida metálica
que me sobressalta.
Ouço uma sinfonia alta de silêncios entrecortados
por faca de prata no pêndulo do relógio.
Vai fazer frio.
As flores amarelas acastanham-se nos vasos,
despetalam-se como se chorassem sobre
a toalha manchada da sala.
Os lençóis já não esperam,
as ternuras se levantaram
e deixaram inscrito um amarfanhado
de inquietudes.
A casa tingiu-se de depois e tristezas
e nem o gato ousa procurar réstias de sol.
Sabe que hoje sol não há.
Hoje é dia de janelas fechadas,
de desassossegos e ausências.
Faz frio por dentro e chove em mim.
.
..
...
Maria Flor!
Os lençóis já não esperam,
ResponderExcluiras ternuras se levantaram
e deixaram inscrito um amarfanhado
de inquietudes.
Metáforas belissimas onde tu encontras ess~encia nas palavras.
beijos
Poxa que lindo...
ResponderExcluirChega a doer o coração...
Um dia triste uma alma triste...
Bjos querida e tenha dias de sol