segunda-feira, 10 de agosto de 2009

"Confissão"

Confesso ao nada o que de mim duvido
e aos meus ouvidos, grito.
Da garganta vem um soluço torto,
um choro incerto entre lamento e pranto.
Vai ver desaprendi tanto de lágrimas e choro
goles de palavras aos pedaços,
engulo minha tristeza e vomito uma dor tamanha
que te traz mais perto.
Tu, que não sabes ser ninho,
nem porto,
tu que fiz tão longe...

Entre nós plantei deserto,
coloquei abismo,
cerca de espinho,
mas quando choro esse choro de certo desatino,
busco tuas sobras,
os restos do nosso destino
e embalo nos braços um filho morto.

Maria Flor ჱܓ

Um comentário:

  1. Como não quero que haja desertos entre nós, cara desconhecida, resolvi colocar este post no meu blogue, mesmo sem a sua autorização. Caso veja qualquer inconveniente, me informe que o retirarei prontamente.
    O ler os seus posts me tem feito muito feliz (e já li aqui muitíssimos).
    "Faça o favor de ser feliz"

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Uma Florჱܓ com carinho