Vagueio no espaço que me limita a existência.
É o infinito de mim que se apresenta refletido
no meu olhar,
cujo raiar da aurora me revela ao presente.
Não me tenho em águas tumultuosas,
cujas marés beijam suavemente as areias
cálidas da vida.
Não me sinto dormente pelo passado onde tufões
e monções me toldavam os sentidos num caminho
de exasperação e constrangimento.
Elevo-me no espaço comum entre sorrisos e afagos
cujas carícias de leves brisas me acalmam a alma.
Vejo em dias lunares o celeste infindo enfeitado por
estrelas indicadoras de percursos serenos,
vejo luas e sóis que o embelezam numa graça sem igual…
e sorrindo, num sorriso sereno e de paz
admiro e invejo-lhe a beleza imensa,
labor cuidado de entidades celestiais
onde me perco e deleito.
A estrada que percorro está forrada de algodão doce,
açúcares benditos que saboreio com os sentidos
apurados e libertos e onde me refugio.
Não lhe sinto fel, amargo que me intoxica e imola.
Não lhe sinto espinhos e tão pouco obstáculos que
me firam o caminhar, miro o horizonte com limpidez
cuja linha do infinito me cumprimenta num aceno
feliz e convidativo.
Caminho passo a passo,
saboreando cada partícula desta minha
estrada com a sofreguidão e avidez como
se me tivesse transformado
numa criança de desejos impares…
Denuncio um olhar sorridente,
feliz, puro e contagiante.
Caminho sim,
liberta de tudo o que me aflige,
numa passada segura,
firme onde os pormenores da vida
se aparentam límpidos como as águas
de um rio feliz e calmo.
Caminho...
Maria Flor!
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Uma Florჱܓ com carinho