Lentos como sombras, os dias escorrem.
Teimam em contrariar a mudança
e sucedem-se iguais,
oscilando entre o matraquear de teclas
e os silêncios que me entram em casa
por portas e janelas entreabertas.
Escorrem cinzentos, dias cor de chumbo,
silenciosos e abafados
como a chuva envergonhada de hoje.
Tragam-me tempestades,
raios e trovões,
dias azul elétrico,
noites púrpura,
madrugadas súbitas e inesperadas.
Tragam-me velocidade,
embriaguez,
incertezas,
quedas,
tragédias,
desgostos de amor.
Deixem-me suspensa numa vertigem de abismo,
ou quebrada no meio do chão.
Façam-me rir ou chorar como um palhaço.
Tudo menos esta exaustão de tédio.
Maria Flor✿ܓ
Maria, Flor dos versos sombrios de hoje. Tanto tédio, mas a poesia acalma, porque o poeta sente as dores do mundo!
ResponderExcluirbj
Betha
que lindo Flor. triste. mas de uma beleza única. sou sua fã incondicional.. adoro tua maneira de escrever.. profunda.. de uma beleza impar..parabens amiga..beijão
ResponderExcluirEu nunca me sinto entediada com dias iguais, talvez porque eu goste dos dias rotineiros para abafar minha insensatez e meus devaneios de sempre.
ResponderExcluirMas, oh, desejo-te muitos sóis, e flores, e céus de toda cor. Porque, afinal de contas, se isso te deixa feliz, não poderia me fazer triste.
(:
"Por morrer uma andorinha, não acaba a Primavera"
ResponderExcluir...
Sigo a vida como antes,
Não tenho menos nem mais,
E os dias passam iguais
aos dias que vão distantes.
...
Nunca o tédio, no mínimo a solidão (consentida).
"Por morrer uma andorinha, nao acaba a Primavera"
ResponderExcluir...
Pensei,lembrei e postei.
Honra lhe seja dada por "fustigar" meus pensamentos.
...
Votos de *** FELIZ NATAL ***