quinta-feira, 4 de março de 2010

" Luz do Teu Olhar"

A luz do teu olhar
atravessa oblíqua a estrada do meu pensamento.
Percorre um tempo mágico
onde existem sementeiras, desejos, risos e devaneios.
Olho os canteiros de amores-perfeitos e margaridas
erguidos ao sol, à vida e à esperança
do olhar de quem por ali passa.

É um tempo de lembranças
que lacra a saudade em ramos espinhosos, intocáveis.
Mas esta terra por onde passo, por onde me trazes
não é minha! Não me pertence.

Os meus passos não ficam assinalados neste chão
empoeirado por onde os meus pés caminham.
Esta terra não me quer.
Esvazia na minha marcha
não parada, não conhecida, não reclamada.
As gentes de olhares destemidos indicam-me a planície
lá ao longe, distante, envolta em brumas,
e pedras.
Aí, dizem-me, é o seu chão.

A luz do teu olhar vale-me na busca do meu destino
e faz-me seguir rumo àquela planície, que anseio
igual a um amor anunciado, sentido e guardado
num canteiro enviesado
em qualquer esquina da vida.

Os olhos indiscretos,
intrigados pelo meu levar,
acostumam-se a um sentir muda
calada, vestida de silêncios fartos,
ancorados nesta viagem que agora teimo em seguir
descalça, nua, de olhar turvo e arfar ligeiro.

Respiro o ar frio daquela serra longínqua
que me atravessa o olhar e me sustem o riso.
Na minha essência acalento a esperança
de um dia o ter aos meus pés
de mãos dadas.

E continuo o meu trilho,
meu passo sem rasto.
Do alto sinto o planar altivo
que rompe os céus abundantes
com a sua imponência celestial.
Um voar livre, solto, audaz.

A sombra desse voo
desenha círculos no meu chão,
aquecendo as pedras duras que piso
dando-me um pouco de paz,
na sua sublimidade de penas.

O teu olhar de luz
é a minha meta, o meu destino.
É então que no meu infinito cansaço
lanço-me aos céus, esquecida da poeira
que me pesa o caminhar,
num igual voo primeiro
em busca desse calor sentido.

Ninguém poderá agora aparar estas asas
que neste corpo se soltam da minha carne rasgada,
altiva e corajosa.
Sou agora ave feliz, livre, guiada nas asas de um sonho
pela voz de um desejo, do meu amor sem fim.
Seguindo a luz do teu olhar.
Sei agora o que quero,
o que posso,
o que vou encontrar…

V
O
C
Ê
....

Maria Flor
ჱܓ


8 comentários:

  1. Maria que lindo este poema"luz do teu olhar", quanto amor nas palavras, e enquanto houver amor, a vida será sempre bela.

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  2. Maria Flor

    Olhares são sempre especiais sempre indicam um caminho, mas o olhar da alma somente podemos ver com amor!
    Lindo seu poema!
    Nica

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  3. Olá Maria...

    Visitando aqui o seu espaço mais uma vez e deixando meus votos de muito sucesso para para você e para esse blog tão bem elaborado. Parabéns pelo trabalho.
    Fica um convite para que aprecie o primeiro Conto Poético de minha autoria, que você pode ler lá na Academia da Poesia: http://academiadapoesia.blogspot.com
    A sua visita e a sua opinião serão muito importantes para mim.
    Deixo o meu abraço* e esteja com Deus.

    Renato Baptista

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  4. Maria Flor,que maravilhosa poesia nesse olhar que te dá asas!Adorei te ler!Bjs,

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  5. Flor que poema lindo ! uma procura dolorosa, sofrida mas esperançosa. lindo essa luz do olhar dele que a conduz..amei... parabens..beijão

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  6. A poesia é esse par de asas que nos permite voltar para onde nosso coração tem raízes.

    Parabéns, moça!

    E um beijo!

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  7. Você é poesia!

    Feliz dia internacional da Mulher!

    Um grande abraço.

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  8. Flor nem tive tempo de vir aqui ontem.. mas parabens pelo dia internacional da mulher.. vc é uma mulher que admiro muito. por sua coragem por ter sido pai mãe.. por lutar tanto.. vc mais que ninguem merece ser parabenizada.. adoro vc amiga.. beijão

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Uma Florჱܓ com carinho