Despeço-me mais uma vez.
Fecho às trancas da porta
que deixei ontem entreaberta.
Lanço as chaves às labaredas
do incêndio em que te incendeio.
Despeço-me mais uma vez.
Não olho para trás.
Não tenho nos ombros o pesar.
Já não sei os contornos do teu rosto,
já não sei o sabor do teu gosto,
não sei o teu nome.
Quem é você?
Despeço-me mais uma vez.
Despojo-me do ontem,
rasgo o calendário do amanhã e
deixo cair à ampulheta que faz
do tempo seu prisioneiro.
Liberto-o da sua condição temporal.
O tempo agora não tem mais fim
é temporalmente intemporal.
Despeço-me mais uma vez.
Fecho às trancas da porta
que deixei ontem entreaberta.
Do outro lado da porta
daquele em que eu não estou,
deixo caída no chão
a ampulheta do tempo.
Essa que agora te ofereço.
Erga o cálice do tempo
sorve-o lentamente,
deixa que as gotas temporais
te caiam na ponta da língua.
Sinta a volúpia dos segundos.
És agora Dono do Tempo.
Dono da solidão intemporal
com que o Tempo te envenena o sangue.
Despeço-me mais uma vez,
De vez – prá sempre...
Maria Florჱܓ
Nossa! Lindo demais e inspiradíssimo. De uma beleza que toca o coração da gente. Me reportei há alguns anos quando fechei uma porta atras de mim e não olhei pra ver o que ficou. Um momento de muita dor mesmo. Permiti sem vingança que o tempo, senhor da sabedoria cumprisse sua função. bjs amiga
ResponderExcluirNão tem como tu!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirNão me cansarei de te elogiar sempre!
Olá Maria Flor!
ResponderExcluirUma porta que se fechou
para outra logo se abrir
um coração que se limitou
a aprender a amor sentir
Não imagina como me sinto satisfeito por ter encontrado este cantinho e a sua poesia. Beijos
Amiga que bela literatura ,eu fico encantada com cada letra desta poesia desta história magnifica.Meus mais sinceros votos de mais sucesso a cada dia. Parabéns e quero que recolha para ti o prêmio que estar em meu blog de escritostes de luz propria é com carinho e merecimento para ti.Beijos de luz
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