segunda-feira, 20 de abril de 2009

Regresso

Nesta longa caminhada,
subindo a encosta da vida,
aprendo em cada passada,
a certeza de uma busca perdida.

O corpo, cansado,
dos passos que deu,
a alma pesada pelos séculos que perdeu.
Procuro encontrar o caminho de volta
à casa das palavras,

onde deixei escritos e fórmulas,
em épocas passadas.

Quero sentar, sobre a velha cadeira,
pousar a minha mão sobre a pena,
deixar nas páginas vazias,
o cheiro da tinta,
com sabor de palavras que carrego.

Quero perder-me a contemplar,
da janela, o luar, e a floresta que desenhei,
sentindo o vento soprar.
Ao meu castelo quero voltar,
por lá deixei os sentidos,
agora que ando perdida,
preciso encontrar.

Nas noites etéreas,
em que me sento e descanso,

solto no vento o meu pranto,
deixo a alma vagar,
por todo este mar de desencantos.

As telas não desenhadas,
campos estéreis,

esperam pela minha mão,
para desenhar sobre elas os traços de ti,
que encontrei espalhados por aí.
Em vidas, outrora vividas, colhi as histórias,
sentimentos e palavras, que carrego comigo,
sempre que regresso ao lugar onde um dia comecei a caminhar,
nesta busca perdida para te encontrar.

Caminhos distantes,
lugares recônditos,

gravaram-me na alma o sabor dos instantes,
o gosto de outros seres,
e os pedaços perdidos que de ti fui encontrando
ao longo desta viagem imensa
que mais uma vez chega ao fim.
Não existe final, sem um novo início.


E amanhã,
quando o Sol me despertar,
recomeçarei de novo, a caminhar.

by Maria Flor!

Um comentário:

  1. ..."E amanhã,
    quando o Sol me despertar,
    recomeçarei de novo, a caminhar."

    é isso minha amiga, recomeçar sempre, e sempre...
    cada vez com animo renovado e com a certeza de que fazemos a coisa certa...

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Uma Florჱܓ com carinho